Da polícia à política : explicando o perfil dos candidatos das forças repressivas de Estado à Câmara dos Deputados
Artigo
Da polícia à política : explicando o perfil dos candidatos das forças repressivas de Estado à Câmara dos Deputados
Berlatto, Fábia | Codato, Adriano Nervo | Bolognesi, Bruno | 2016
Resumen
Investiga o perfil social e a preferência partidária dos
integrantes das Forças Repressivas do Estado que se lançaram na
política institucional nas duas últimas décadas no Brasil. Por meio de
estatística descritiva, ressaltamos as especificidades de integrantes das
Forças Policiais e Militares que se candidataram a deputado federal.
Achados desta pesquisa mostraram mudanças bruscas, de uma eleição
a outra, entre os tipos de partidos nos quais essas candidaturas mais
se concentraram. Se a passagem da polícia à política era feita, nos
anos 1990, via grandes partidos de direita, nos anos 2010 ela se dá
por meio de pequenos partidos sem identidade ideológica muito
clara (partidos fisiológicos). Além do impedimento constitucional
de militares filiarem-se a partidos políticos, a ausência de preferência
sistemática por um tipo de agremiação partidária pode ser o efeito de
um comportamento estratégico, já que obter um lugar na lista desses
pequenos partidos não é apenas mais simples, mas há mais abertura a
discursos personalistas, tais como os sustentados por esses candidatospoliciais.
Esse comportamento também está relacionado à sua visão
negativa da política tradicional e dos políticos estabelecidos nos grandes
partidos e à crítica a programas com apelos ideológicos muito genéricos.
Esses candidatos preferem representar agendas determinadas, como as
demandas de suas próprias corporações. It explores the social profile and political party
preference by members of the State Repressive Forces with a career
in institutional politics during the last two decades in Brazil. By means
of descriptive statistics, we underline the particularities of Police and
Military candidates for a federal deputy office. Findings from this research
indicated abrupt changes, from one election to another, among the
parties in which these candidates were most highly concentrated. If
the transition from police to politics during the 1990s occurred through
major right-wing parties, in the 2010 decade it takes place through
small parties without clear ideological identities (physiological parties).
In addition to the constitutional impediment of military personnel affiliation to political parties, the lack of a systematic preference for a
party college type may be the effect of a strategic behavior, since not
only is it easier to obtain a nomination within these small parties, but
there also exists a greater lenience toward personalist discourses, such
as those espoused by these policeperson-candidates. This behavior is
also related to a negative view of traditional politics and established
politicians within major parties as well as a condemnation of political
programs with overly generic ideological appeals. Such candidates
favor certain specific agendas, such as the demands from their own
professional corporations.
Materia(s)
Polícia; Política; Candidato; Repressão; Estado; Câmara dos Deputados; Preferência; Partido político; Eleições; Brasil; Parlamentar
Referência
BERLATTO, Fábia; CODATO, Adriano; BOLOGNESI, Bruno. Da polícia à política: explicando o perfil dos candidatos das forças repressivas de Estado à
Câmara dos Deputados. Revista Brasileira de Ciência Política, Brasília, n. 21, p. 77-120, set./dez. 2016.
-
visualizar
2016_berlatto_polícia_politica_explicando.pdf
-
visualizar
qr_code_bdtse3223.jpg
Este item está licenciado com uma Licença Creative Commons Atribuição-NãoComercial-CompartilhaIgual 4.0 Internacional.